GIRO
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GIRO
Desenho sobre cerâmica, cobre , ferro, pedra de minério de ferro e tecido
200 m²
2023
Criada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Luana Vitra faz da conexão com esse território força motriz para desenvolver sua produção artística. Em meio à paisagem industrialmente árida do entorno, a artista se conecta com elementos comuns desse convivio. Madeira, plastico, ferro e outros metais, materiais presentes na engrenagem da economia local, dado corpo a uma producão na qual as materialidades se articulam entre forma e sentido. Da gestualidade do manuseio com o ferro, e também com o barro, Vitra cria uma obra que percorre as relacões entre as artes plásticas, a dança e a performance, pois seu corpo coreografa outras possibilidades de trânsitos entre os percursos que fazem parte de sua prática.
Comissionada pelo Inhotim, a obra Giro (2023) parte de um desejo da artista de investigar a atividade gestual com o torno mecânico, um tipo de maquinário que confecciona e dá acabamento a peças de metal, madeira e argila atraves do movimento do giro. A maquina é operada pelo torneiro, profissão exercida por seu pai, Jorge da Costa. Já no trato com a palavra, a partir da atividade de magistério da mãe, Graziela Pires, que tambem é poetisa, surgem outros pontos de contato. Esse vínculo com os trabalhos desenvolvidos pelos pais, aliás, permeia a trajetória de Vitra. Relacionada com o movimento entre essas distintas materialidades, se pensarmos na palavra enquanto elemento formal, a obra instiga percepções para um canal de comunicação entre o que esta visto e o que esta oculto.
A instalacão destaca-se, igualmente, ao propor um redesenho para as paisagens de Minas Gerais. Resgatando o relevo da região, que desapareceu pelo desgaste sofrido com a mineracão, o azul surge como limpeza espiritual. Esse azul, por sua vez, envelopa a galeria Marcenaria, protegendo e velando o espaço, que recebe materiais que vão desde o tecido, a pedra e acerâmica até o cobre. Nas peças em cerâmica estabelece-se um exercício com a experiência do desenho, no qual Luana sobrepõe dois tipos distintos de argila e extrai partes da segunda camada, revelando a cor da primeira, tornando possível a aparicão dos desenhos; do cobre, flechas apontam para a direção de uma encruzilhada; da mesma forma, as cruzes vão guiar esses caminhos, designando nosso olhar. Desses fluxos, como uma vista de um horizonte que coabita a antiguidade e o porvir, Giro é sobre o estado da matéria, canalizando energias, em constante transe.
Deri Andrade
Desenho sobre cerâmica, cobre , ferro, pedra de minério de ferro e tecido
200 m²
2023
Criada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Luana Vitra faz da conexão com esse território força motriz para desenvolver sua produção artística. Em meio à paisagem industrialmente árida do entorno, a artista se conecta com elementos comuns desse convivio. Madeira, plastico, ferro e outros metais, materiais presentes na engrenagem da economia local, dado corpo a uma producão na qual as materialidades se articulam entre forma e sentido. Da gestualidade do manuseio com o ferro, e também com o barro, Vitra cria uma obra que percorre as relacões entre as artes plásticas, a dança e a performance, pois seu corpo coreografa outras possibilidades de trânsitos entre os percursos que fazem parte de sua prática.
Comissionada pelo Inhotim, a obra Giro (2023) parte de um desejo da artista de investigar a atividade gestual com o torno mecânico, um tipo de maquinário que confecciona e dá acabamento a peças de metal, madeira e argila atraves do movimento do giro. A maquina é operada pelo torneiro, profissão exercida por seu pai, Jorge da Costa. Já no trato com a palavra, a partir da atividade de magistério da mãe, Graziela Pires, que tambem é poetisa, surgem outros pontos de contato. Esse vínculo com os trabalhos desenvolvidos pelos pais, aliás, permeia a trajetória de Vitra. Relacionada com o movimento entre essas distintas materialidades, se pensarmos na palavra enquanto elemento formal, a obra instiga percepções para um canal de comunicação entre o que esta visto e o que esta oculto.
A instalacão destaca-se, igualmente, ao propor um redesenho para as paisagens de Minas Gerais. Resgatando o relevo da região, que desapareceu pelo desgaste sofrido com a mineracão, o azul surge como limpeza espiritual. Esse azul, por sua vez, envelopa a galeria Marcenaria, protegendo e velando o espaço, que recebe materiais que vão desde o tecido, a pedra e acerâmica até o cobre. Nas peças em cerâmica estabelece-se um exercício com a experiência do desenho, no qual Luana sobrepõe dois tipos distintos de argila e extrai partes da segunda camada, revelando a cor da primeira, tornando possível a aparicão dos desenhos; do cobre, flechas apontam para a direção de uma encruzilhada; da mesma forma, as cruzes vão guiar esses caminhos, designando nosso olhar. Desses fluxos, como uma vista de um horizonte que coabita a antiguidade e o porvir, Giro é sobre o estado da matéria, canalizando energias, em constante transe.
Deri Andrade